Crianças e telas – A explicação por trás da epidemia de miopia
A exposição aos aparelhos eletrônicos está prejudicando a visão das crianças, segundo o especialista. Mas é possível evitar que elas tenham problemas oculares
A visão sofre as consequências das novas tecnologias. Televisores em HD, smartphones, Ipads. A lista de aparatos eletrônicos que fazem parte da vida das pessoas é imensa. E os impactos na saúde dos olhos também. Principalmente no caso das crianças, ficar tempo demais na telinha pode fazer muito mal, a longo prazo. “Já existem estudos que mostram um aumento exponencial dos casos de miopia, caracterizando uma epidemia. O dano acontece porque ao usar muito o foco para a visão de perto, os olhos passam a ter dificuldade de fazer o foco para longe, com o passar do tempo. E essa condição pode ser permanente”, explica o oftalmologista Dr. Omar Assae.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já considera a miopia a epidemia do século. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum problema na visão. Estima-se que até 2050 metade da população mundial será míope. Porém, a prevalência das telas na vida das pessoas é uma realidade irremediável. Então, o que fazer para preservar a saúde dos olhos, mesmo em meio a tanta tecnologia?
“Existe um uso considerado seguro. Tanto a Associação Americana de Pediatria quanto a Sociedade Brasileira de Pediatria têm recomendações sobre isso. O mais importante é saber escolher um conteúdo de qualidade e adotar limites consistentes para as crianças que usam mídias digitais”, orienta o especialista.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o mais indicado, de acordo com a faixa etária é:
– Crianças menores de 2 anos: O recomendado é evitar que crianças tão pequenas sejam expostas passivamente às telas de todo tipo;
– Crianças entre 2 e 5 anos – O tempo de exposição deve ser de, no máximo, 1 hora por dia, com conteúdo de qualidade e supervisionado pelos pais;
– Crianças a partir de 6 anos – No máximo 2 horas por dia, também com supervisão.
Outra recomendação importante é fazer pausas, de tempos em tempos, durante a exposição às telas, preferencialmente olhando para ambientes externos, como uma janela, por exemplo. Entre os aparelhos mais nocivos à visão estão as telas de LED, pois são as que mais emitem a luz azul. De todo modo, o uso tem que ser feito com bastante moderação em todos os casos, mas, principalmente, quando se trata de crianças. “O uso de eletrônicos deve ser liberado, a depender da faixa etária, desde que seja feito racionalmente. Os pais devem ensinar como usar corretamente, e ficar atentos aos sinais de problemas na visão. Em caso de dúvida, procurem sempre um oftalmologista”, finaliza Assae.